10 julho, 2009

sou sem voz, sou amordaçada


Foste um dia o mundo,
contado no meu olhar,
foste um dia o corpo que tremia no teu abraço,
foste um dia o laço,
foste um dia o beijo desmedido no vão de escada,
foste um dia o nada,
foste um dia
o sabor do Sol na minha almofada...

... mas as cigarras perderam a voz
as mentiras encheram a caixa de música,
fizeram-me buracos em casa,
e as tuas asas queimaram-se
no perder do tempo que se escoava sem falar....

... hoje mudas de voz para encandear
quem volteia na tua luz (de cera, fingida)...
E eu calo as palavras de aviso
para que não me apontes mais dedos de gelo,
de engano,
para que não me acuses mais das tuas culpas!

3 comentários:

Anónimo disse...

Há momentos que é preferível esquecer, há vozes que é preferível calar, há dores que é preferível guardar.

Que se rebentem as lágrimas, que se perca voz num grito surdo, descanso da alma.

Porque há pessoas que simplesmente não merecem o cristalino tom do nosso som.

Å®t Øf £övë disse...

Luz,
O tempo é o nosso maior aliado, que tem a capacidade de transformar as pessoas e os sentimentos.
Bom fds.
Bjs.

Mustardseed disse...

Eu ia deixar um comentário spam mas...

Tu já conheces o blog... :)

Obrigada pela visita e por teres linkado!

Gostei de ler o poema, mas terei de o ler outra vez. Não sei porquê mas tenho sempre de ler mais que uma vez. Perco-me sempre na sofreguidão de chegar ao fim

;)