25 maio, 2009

é aqui, neste lugar, dentro de mim

É aqui que me dói. Onde enterraste fundo o teu olhar, que dentro de mim se perdeu na corrente, fundiu com o passado de histórias de encantar que me contavam quando menina, "e viveram felizes para sempre"...

É aqui, onde não me queres conhecer, onde te perdes por segundos para logo te recompor, negando-te.

Deve ser aqui que se esconde a alma, essa que tem o meu nome, a que conhece os trilhos que passei e cala os segredos dos que ainda irei caminhar. Eu já não sei, já não procuro, já não me procuro, porque não me quero encontrar assim, com o teu nome lá tatuado. Devia haver uma forma de te apagar o cheiro, o corpo, o olhar, o gosto, de te apagar desse lugar, queimando a planície, sem deixar rasto de incendiário.

Mas calo daqui os gritos que se querem desprender, engano a música de fundo fugindo às colcheias e claves e sons que me preenchem na tua presença (ainda que apenas na minha mente, no meu querer), visto as roupas de cigana errante com que me uma vez mais me baptizaste, encho de pulseiras de chocalho os tornozelos e caminho, altiva, neste novo percurso, esfumado e distante que está o sonho, dorido que está o querer...

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