18 maio, 2009

on the beach

Fecho os olhos.
Espreguiço-me, indolentemente, na toalha.
O Sol lambe-me o corpo, doura-me a pele.. Impregna de calor e energia as minhas cálulas, gritando-lhes um sonoro "bom dia!".
Suavemente, deixo-me ir. Como sempre, vagueio por aí. Até chegar a ti. Não consigo domar este meu pensamento que é como espírito rebelde e livre na minha cabeça, jaula que lhe tolhe as asas! Deixo-o voar.
Perde-se no vento que agora me arrepia a pele e brinca nos caracóis revoltos do cabelo, como dedos de amante insatisfeito.
Procura-te, distraído.
E vem contar-me aos ouvidos histórias de amor inventadas, o teu corpo aqui junto do meu, nesta areia imensa, os nossos braços presos num rouçagar doce da alma, beijos molhados e salgados que percorrem as nossas curvas (diluídas que estão neste nó em que nos prendemos, onde sou eu? onde és tu?), o sabor da tua língua misturado com o meu desejo...
Digo-lhe que pare.
Rogo-lhe mil vezes que me abandone, que te deixe só. Explico-lhe em voz mansa e rouca que te não pertenço, a ela que me encanta com voz moura de ilusão, digo que no teu cortação não me guardas como um segredo amordaçado.
Não se apieda de mim, este meu pensar que não me pertence.
Uma e outra vez, procura-te, encontra-te.
E uma e outra vez mergulha-me no sonho.
Na toalha, deitada, deixo-me invadir, sem resistência.
Estás em mim.
Sê bem-vindo.

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