01 junho, 2009

contador de histórias fingidas


As palavras são o que são, valem o que valem.

Desde crianças que somos ensinados sobre o seu signficado e importância nas nossas vidas.

Dissecam-nas, ensinam-nas, para que saibamos que a colher serve para sopa e o garfo para espetar os alimentos.

São ícones, são símbolos, são a diferença, por vezes, entre oferecermos um sorriso ou uma lágrima.

Seja como for, as palavras têm sentidos.


Por isso não entendo, e deixa-me atordoada, esta tua filosofia de que cada um percebe aquilo que quer do que se diz; de que os sentidos estão em quem recebe as palavras, e não em quem transmite a mensagem. Que o beijo na boca e o desejo na ponta dos dedos que, sôfregos, me procuram, são gestos de amizade.

Magoaste-me de novo. Eu no meu canto, longe de ti, quieta, em silêncio. Mas tinhas que ir encher de remoinhos o dia, de ventos frios a noite, e a mim de uivos e ecos.


És um fingidor de palavras, sentidos, mensagens, um fabricante de mentiras.

Dói-me que vistas essa capa de entrega a uma causa maior, de coração pleno de amor e verdade, quando te conheço como indeciso, impreciso, um colo que busca o meu calor. Que não mais te darei.

Dói-me que te vejam como não és, dói-me essa tua forma de buscares carinho desconhecido, de seduzires donzelas carentes, numa pele que não é a tua.


Mas vai, mas continua.
Porque ao contrário do que pensas, eu sei ser sem ti. Sei existir sem ti.

E quero, cada vez mais, que estas palavras se encham de verdade... "já não te quero mais"!

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