
26 novembro, 2009
Carta a uma "celebridade" desconhecida

02 outubro, 2009
a bagagem da memória

01 setembro, 2009
pés de volta
12 agosto, 2009
texto ao que já foi

10 agosto, 2009
são de veludo as palavras daquele que finge que ama

07 agosto, 2009
feita de espuma

05 agosto, 2009
il girasole

Di volta in volta, le nuvole nascondono il sole, portando l'ombra, il nero.
Il girasole prende questi momenti per scuotere la loro petali, consapevole del fatto che tutto cambia, tutto il tempo, e la luce ritorna nel suo splendore.
Chiaro, scuro, chiaro, scuro.
Abitano in contrasti.
Volteggiando...
29 julho, 2009
dans le chemin de mon corps
27 julho, 2009
Sufocar as palavras

21 julho, 2009
Amor conjugado

do cansaço
10 julho, 2009
sou sem voz, sou amordaçada
Foste um dia o mundo,
... mas as cigarras perderam a voz
... hoje mudas de voz para encandear
08 julho, 2009
language of the Universe

07 julho, 2009
luz

To sleep

01 julho, 2009
Cigana

22 junho, 2009
wood
19 junho, 2009
jogo de bola
O menino brincava no pátio com a bola amarela, redonda como o Sol.
Treinava o pontapé certeiro com os ténis rotos de tanto uso que a mãe lhe havia comprado num Natal distante, num Natal do qual já não recordava a luz, nem o sabor e muito menos a data, nem em tal pensava enquanto, pacientemente e com força, rematava. Num vai e vém, num vai e vém.
Um assobio saído do nada desperta-o do chuto ritmado da bola.
Uma menina de calção curto, olhar desafiante e cabelo da cor das cenouras que a mãe o obrigava a comer, dizendo que lhe adoçaria o olhar (mas ele sabia que era porque não havia mais nada), estava parada junto ao portão do páteo, como que pedindo (exigindo! a julgar pela postura corajosa...) atenção.
Teria sido ela quem assobiara?
"As meninas não assobiam, é feio."
Um sorriso rasgado iluminou a face de Clara, cujo coração batia apressado do medo da rejeição.
Correndo com a bola nos pés, começaram assim a sua partilha cúmplice.
15 junho, 2009
banho de luz

13 junho, 2009
com palavras me feres, mas não me matas
Podes encher-me com essas palavras de pontas afiadas, atiradas ao descaso, como quem nem se dá ao trabalho de pensar.
Podes engrandecer essa tua alma enraivecida com o saber inato de que me ferem esses teus arabescos vermelho-sangue desvairados no papel.
Podes gritar pelo Mundo fora (sim, tonto que é em acreditar-te, se ao menos te vissem sem os véus de fumo em que te envolves, para que te desejem de longe, intocável que és, simulação do perfeito, do grande, do belo!) que traidora insatisfeita sou, podes gritar até enrouquecer a voz ou não haver ninguém mais que te escute.
Podes pintar-me com essas cores enganadas, contornos difusos, mentirosos, fingidos.
Podes tentar mil vezes provocar-me a ira, a mágoa, a raiva, para que as palavras me saltem da boca e se dirijam a ti, para que me vejas mover na tua direcção, para que me sintas viva.
Podes fazer tudo isto e muito mais.
Mas eu estarei no silêncio, à espera da maré calma. Eu estarei no cantar do vento, no trigo que se dobra e não quebra.
E saberei que tudo isto é apenas o teu vazio que me chama. E não irei.
09 junho, 2009
not yet

08 junho, 2009
06 junho, 2009
burnt

05 junho, 2009
de amor e de sonho

04 junho, 2009
grito de Ipiranga! (do fingir e outras mentiras que tais)

03 junho, 2009
o pesadelo

02 junho, 2009
o primeiro dia
01 junho, 2009
contador de histórias fingidas

30 maio, 2009
...let me go, little man

Saudade, de vez em quando. É este o nome que dás à minha ausência.
E eu queria ser um barco de velas ao vento para que, com o sal do mar a bater-me no casco de madeira (velho, gasto mas ainda vibrante), me transportasse para longe de ti.
Não me digas que me queres bem. O teu querer não me serve, sempre foi vestido de chita curto, apertado, tamanho de criança em corpo de mulher. Serve-te a ti, com essa alma que julgas crescida e sofrida, mas que não é mais que um embrião do homem que te adivinho.
Não entendes tu porque me afasto? Agarra-te a mim o teu egoísmo? Deixa-me ir, vá.... Quero outra margem onde prender esta âncora que me pesa no peito...
28 maio, 2009
das janelas escorria o Sol
Então deixo-te solto, com as asas nesse imenso céu azul que não sabe guardar-te a alma (pois não te conhece, não te aninha), e daqui debaixo fico a espreitar os teus vôos de aprendiz de pássaro, com a cabeça rasando o chão...
Das janelas escorria o Sol... agora entra o vento frio da madrugada...
27 maio, 2009
c'est vous, celui là

26 maio, 2009
sem palavras
Essa tristeza que me mata, essa mágoa do destino (que não te escolheu a ti, mas que abraçaste como teu).
Não entendo esse sofrer, mas calo. Não aceito essa dor, mas calo. Não suporto essa cicatriz que com tanto orgulho carregas, mas calo.
Calo.. mas já não espero. E quando vieres... terei partido!
25 maio, 2009
é aqui, neste lugar, dentro de mim

É aqui, onde não me queres conhecer, onde te perdes por segundos para logo te recompor, negando-te.
Deve ser aqui que se esconde a alma, essa que tem o meu nome, a que conhece os trilhos que passei e cala os segredos dos que ainda irei caminhar. Eu já não sei, já não procuro, já não me procuro, porque não me quero encontrar assim, com o teu nome lá tatuado. Devia haver uma forma de te apagar o cheiro, o corpo, o olhar, o gosto, de te apagar desse lugar, queimando a planície, sem deixar rasto de incendiário.
Mas calo daqui os gritos que se querem desprender, engano a música de fundo fugindo às colcheias e claves e sons que me preenchem na tua presença (ainda que apenas na minha mente, no meu querer), visto as roupas de cigana errante com que me uma vez mais me baptizaste, encho de pulseiras de chocalho os tornozelos e caminho, altiva, neste novo percurso, esfumado e distante que está o sonho, dorido que está o querer...
22 maio, 2009
os sinos que repicam

19 maio, 2009
Recadinho
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partida... macaca... fugida!

E é tão eficaz, tão eficiente esse teu sistema de alarme que, de cada vez que tento escapar-te, calçando os ténis e preparando-me para uma maratona de emoções, vens a mim. Ligas-te a mim. Procuras-me. Falas-me. Tentas-me. Sem saberes que, uma vez mais, me frustras a corrida. Me eliminas da pista. Me trais de mim mesma.
Ontem não foi excepção. Uma vez mais decidi que não sou mulher de viver agarrada ao nada, a uma ilusão de um futuro. Sim, sei que me amas. Sim, já mo disseste. Mas também sei que não é a mim que persegues com palavras e sonhos (ou se é não mo dizes).
Mas não é justo, não é justo que me digas que me queres, não é justo que me envolvas com essa voz doce de promessas (que sei serem de uma noite só), não é justo que essa teia me sugue uma vez mais.
Desta vez, consegui resistir. Mas até quando?
Volto a calçar os ténis.
Deixa-me ir, por favor....
18 maio, 2009
on the beach
15 maio, 2009
13 maio, 2009
casa mia, amore mio....

Família. Calor. Risos. O cheiro da comida. Os Domingos de pijama, festas de cócegas e beijos entrelaçados entre os lençóis. O Mundo lá fora, num rumor lento, que pode esperar.
Um dia disse-te que eras isto para mim. Tudo isto. Disse-te que te sonhava em chinelos e de barba a arranhar-me a boca, na urgência do beijo.
Hoje, que te perdi sem nunca te ter realmente tido, que me morreste sem nunca comigo teres vivido, que me foges simplesmente para não ceder à minha pertença (porque o desejo de ceder te consome, sem o saberes, sem o quereres...), olho-te na distância de uma mesa de café e continuo, sem querer, sem poder evitar, a ver nos teus olhos o que, logo de início, de chofre, sem me preparar, me mostraste.
Casa. Aconchego. Família. Lar.
sim!... pede-me o impossível!...

Porque continuas tu preso dessa janela que a tua alma abriu?
Preso de um mero sonhar, de um desejo que tão bem sabes como impossível, de um amor que chamas de perfeito (apenas e tão somente porque é feito de algodão, de ilusão, de distância, de ausência, de palavras censuradas e trocadas assim, às pressas)...
Tens-me aqui, no teu viver. Procuras-me com a ansiedade de homem que busca o seio de mulher.... para em seguida me negares o sabor dos beijos com que me tocaste a boca!
Negares que somos um, que nos pertencemos, que nos adivinhamos no toque, na partilha, que não sabemos estar sem a presença, sem o calor...
Nega-me, uma vez mais! Mata-me com essas palavras que para outra escreves, enquanto as tuas mãos me percorrem o corpo e os teus olhos me juram amor....
a luz que se faz sombra
